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09h27

Hepatites Virais: médica fala sobre prevenção e diagnóstico

Dra Giovanna Orrico, médica infectologista do Labchecap, alerta que o quadro clínico da hepatite pode ser confundido com outras infecções.

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Hepatites Virais: médica fala sobre prevenção e diagnóstico

O mês de julho é dedicado à campanha de prevenção e diagnóstico das hepatites virais, sendo representado pela cor amarela. A doença se trata de uma infecção que atinge o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves. De acordo com o Ministério da Saúde, em nosso país as hepatites mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. Com menor frequência, o vírus da hepatite D (mais comum na região Norte do país) e o vírus da hepatite E, encontrado com maior facilidade na África e na Ásia.

Doutora Giovanna Orrico (CRM 15112 RQE 6300), médica infectologista do Labchecap, alerta que o quadro clínico da hepatite pode ser confundido com outras infecções como mononucleose, dengue e salmonelose, por ter sintomas inespecíficos. “O diagnóstico deve ser realizado baseando-se na história clínica e epidemiológica, além de exames laboratoriais. Nestes exames notamos elevação acentuada de enzimas hepáticas (TGO e TGP), além de elevação de bilirrubinas e enzimas colestáticas. Já a sorologia específica confirma o diagnóstico”, informa.

 

 

 

 

Hepatite A

O Ministério da Saúde esclarece que, quando presentes, os sintomas são inespecíficos, podendo se manifestar inicialmente como fadiga, mal-estar, febre e dores musculares. A presença de urina escura ocorre antes da fase em que a pessoa pode ficar com a pele e os olhos amarelados (icterícia). Quanto à transmissão, Doutora Giovanna explica que ocorre por via fecal-oral (alimentos contaminados), sendo de caráter autolimitado, com evolução benigna na grande maioria dos casos.

O diagnóstico pode ser realizado por exame de sangue, sendo o ANTI-HAV IgM positivo indicativo de contaminação recente, o que caracteriza a infecção aguda. Já o ANTI-HAV IgG positivo indica que o indivíduo teve contato com o vírus da hepatite A e que se curou de forma espontânea. “O IgG positivo indica imunidade, é muito comum pessoas já vacinadas por exemplo, terem resultado positivo que permanece por toda a vida”, elucida Dra. Giovanna.

Hepatite B

vacinação é a principal medida preventiva contra a hepatite B, que também é classificada como uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST). O vírus está presente no sangue e secreções, e algumas das principais formas de transmissão são: relações sexuais sem preservativo com uma pessoa infectada; compartilhamento de materiais de higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, etc); procedimentos odontológicos ou cirúrgicos que não atendam às normas de biossegurança, entre outros.

Doutora Giovanna ressalta a importância dos cuidados que devemos ter para prevenir a infecção pelo vírus da hepatite B. “Além de manter o calendário vacinal atualizado, é importante o uso de preservativo em todas as relações, não compartilhar objetos pessoais como alicate de unha, lâminas de barbear, ter atenção na escolha do profissional que faz tatuagens e/ou colocação de piercings. Não posso deixar de mencionar que é imprescindível para mulheres grávidas ou que queiram engravidar a realização dos testes preventivos, evitando assim a transmissão da mãe para o filho”.

Hepatite C

A forma mais comum de manifestação deste vírus é a infecção crônica. Segundo a infectologista, a hepatite B e principalmente a hepatite C podem não apresentar quadros agudos de infecção e muitas vezes são assintomáticos, portanto, é comum ser um achado acidental de exames laboratoriais. “A transmissão destas infecções é através de via sexual ou parenteral (sangue ou material contaminado). As complicações deste vírus são fibrose ou cirrose hepática devendo ter acompanhamento médico mais rigoroso”, explica Dra. Giovanna.

O Ministério da Saúde informa que o surgimento de sintomas em pessoas com hepatite C é muito raro. Cerca de 80% delas não apresentam qualquer manifestação, por isso, a testagem espontânea da população prioritária é muito importante no combate a esse agravo. Aproximadamente 60% a 85% dos casos se tornam crônicos e, em média, 20% evoluem para cirrose ao longo do tempo. A infectologista alerta que não há vacina disponível para o vírus C da hepatite.

Hepatite Medicamentosa e Hepatite Alcoólica

Segundo a ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a automedicação é a utilização de medicamentos por conta própria ou por indicação de pessoas não habilitadas, sem a avaliação de um profissional de saúde. O hábito de tratar sintomas isolados como dor de cabeça ou febre, é considerado um alto risco. A hepatite medicamentosa é causada pelo uso prolongado de alguns tipos de medicamentos, especialmente aqueles que têm capacidade de provocar irritação do fígado.

hepatite alcoólica é causada pelo uso prolongado e excessivo de bebidas alcoólicas que ao longo do tempo causa alterações no fígado. Alguns sintomas desses dois tipos de hepatites são iguais, como pele e olhos amarelados; náuseas e vômitos e dor abdominal do lado direito. O tratamento para a hepatite alcoólica deve ser orientado por um especialista, e pode variar de acordo com a gravidade da doença. A principal forma de regredir a doença é com a abstinência do álcool, para que assim diminua o fígado inflamado.

Vacina Hepatite A x Vacina Hepatite B

De acordo com Dra. Giovanna Orrico, existem vacinas para as hepatites A e B. “O esquema é realizado em duas doses para a vacina hepatite A (12 meses e 6 meses após) e para vacina hepatite B (ao nascer, um mês após e 6 meses após). Há a vacina combinada na recepção privada, (A e B) que é administrada em 3 doses (0.1 e 6 meses). A vacinação só é considerada completa após todas as doses aplicadas. Lembrando que não há vacina disponível para o vírus C da hepatite”.

Para finalizar, a infectologista elucida que indivíduos já infectados com algum tipo de hepatite, podem ser imunizados por outro tipo. “Por exemplo, quem tem hepatite C, pode receber a vacina de hepatite A e B. A testagem rotineira a vacinação dos suscetíveis é a melhor forma de prevenção de infecção por estes vírus, uma vez que toda a população está exposta por haver diversas vias de transmissão: via sexual, parenteral ou fecal-oral”.

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