Os aumentos do desemprego e do custo de vida já deixaram mais de 1,43 milhão de brasileiros sem planos de saúde nos últimos 12 meses. Na Bahia, apenas no último mês de maio, 19.238 baianos perderam o benefício segundo dados da Agência Nacional da Saúde Complementar (ANS). Parte deste público trocou a carteirinha do plano pelo cartão de crédito, gastando seus recursos em consultas, exames e cirurgias. E esta rejeição ao SUS criou uma demanda que tem sido atendida pelas empresas, que passaram a oferecer descontos e vender procedimentos de forma parcelada em até dez vezes.
Os gastos com a saúde não são poucos. De acordo com informações da Pesquisa de Orçamento Familiar, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apuradas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), manter a saúde em dia comprometeu 12% do orçamento das famílias em geral no mês de junho. No caso dos idosos, este percentual é de 19,3%.
“São despesas que as famílias têm dificuldade de abrir mão e por isso acaba consumindo uma parcela maior, visto que os planos de saúde tiveram aumento acima da inflação, assim como os medicamentos, pressionando o custo de vida”, observa o economista da FGV, André Braz.
Ainda de acordo com ele, o impacto é maior sobre os idosos, principalmente, por causa de itens essenciais e de tratamento exigidos pela idade mais avançada. “São os que mais subiram em termos reais. Medicamentos e planos de saúde respondem por mais da metade do índice geral do comprometimento do orçamento com gastos de saúde”, pontua o especialista.
Suaves parcelas Para aliviar o impacto no bolso das pessoas que perderam seus planos e manter o fluxo de atendimentos, laboratórios, hospitais e clínicas estão facilitando o pagamento, e também oferecendo descontos que chegam a até 20% do preço normal.
O Labchecap (Laboratório e Imagem) é um deles. Lá, até o dia 30 de setembro, a maioria dos exames está com abatimento nesta faixa. “Entendemos o momento atual e sabemos que muitas pessoas perderam seus planos. Por isso, aumentamos o prazo do parcelamento para seis vezes sem juros no cartão, para que a despesa com saúde não comprometa o orçamento do cliente”, pontua o diretor-executivo da empresa, Maurício Bernardino.
Fonte: Correio24h