Hoje (30) é um dia significativo para os pacientes de Esclerose Múltipla e seus familiares, representa uma conquista fundamental na luta pela disseminação do tema e reconhecimento da doença no cenário nacional. De acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla ABEM –, Esclerose Múltipla (EM) é uma doença neurológica, crônica e autoimune. Ou seja, as células de defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central, provocando lesões cerebrais e medulares.
De acordo com Doutor Lucas da Gama Lobo (CRM 16202), os pacientes são geralmente pessoas brancas com idade entre 20 e 40 anos e os sintomas são: alteração da sensibilidade (dormência, dor); fraqueza muscular; incoordenação motora; perda da visão/visão dupla e fadiga. “As causas para a doença não são completamente conhecidas, provavelmente uma reação autoimune deflagrada por um vírus, em pessoas com predisposição genética, que moram em climas temperados”, explica o médico.
O primeiro passo a ser dado em caso de “suspeita” da Esclerose Múltipla é buscar esclarecer o diagnóstico. Diversas doenças inflamatórias e infecciosas que podem ter sintomas semelhantes ao da Esclerose Múltipla. Segundo Doutor Lucas, a ressonância magnética é capaz de fazer o diagnóstico e acompanhamento da doença, diferenciando lesões agudas de lesões inativas, orientando o tratamento.
“Esse método também é capaz de diagnosticar lesões de outra natureza no encéfalo, tais como lesões vasculares, infecciosas, degenerativas, tóxico/metabólicas e traumáticas, sendo imprescindível a sua realização em todos os pacientes com sintomas neurológicos”, afirma. A ABEM informa que os critérios básicos para diagnóstico são: Evidência de múltiplas lesões no Sistema Nervoso Central (SNC); Evidência (clínica ou paraclínica) de pelo menos dois episódios de distúrbio neurológico num indivíduo entre 10 e 59 anos de idade.
O Comitê Brasileiro de Tratamento e Pesquisa em Esclerose Múltipla e Doenças Neuroimunológicas (BCTRIMS) divulgou em nota, recomendações sobre as medicações utilizadas para tratamento de Esclerose Múltipla, cuidados e medidas para se ter quanto ao novo coronavírus.
“O risco de pacientes com EM ou NMO manifestarem formas mais graves da COVID-19 permanece incerto. Na população geral, é sabido que pessoas mais velhas e com múltiplas comorbidades, como hipertensão e obesidade, são consideradas grupo de risco. Pacientes que em decorrência da doença desmielinizante apresentem dificuldade de locomoção, deglutição ou alteração de musculatura respiratória provavelmente têm maior risco de manifestar formas graves e complicações da Covid-19, e por isso devem também estar mais atentos às medidas de prevenção”, informa o comunicado.
Para ter acesso ao comunicado oficial emitido pelo BCTRIMS você pode clicar aqui.
A Associação Brasileira de Esclerose Múltipla informa que os tratamentos medicamentosos disponíveis para EM buscam reduzir a atividade inflamatória e os surtos ao longo dos anos contribuindo para a redução do acúmulo de incapacidade durante a vida do paciente. Além do foco na doença, tratar os sintomas como os urinários e a fadiga é muito importante para qualidade de vida. Doutor Lucas finaliza esclarecendo que a doença não tem cura, imunomoduladores podem desacelerar a progressão da doença e o corticoide é usado nos surtos.
De acordo com a ABEM, o pilates é muito importante para os pacientes de Esclerose Múltipla que possuem problemas musculares e de mobilidade. Os exercícios de pilates aumentam a flexibilidade e, em alguns casos, podem agir no tratamento de incontinências, que também são problemas comuns em pacientes de EM. Além disso, ajuda a diminuir inchaços, melhorar a respiração e a circulação.