Segundo o INCA – Instituto Nacional de Câncer, para o Brasil, a estimativa para cada ano do triênio 2020-2022 aponta que ocorrerão 625 mil casos novos de câncer (450 mil, excluindo os casos de câncer de pele não melanoma). O câncer de pele não melanoma será o mais incidente (177 mil), seguido pelos cânceres de mama e próstata (66 mil cada). O INCA informa ainda que o câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células da mama. Esse processo gera células anormais que se multiplicam, formando um tumor. Há vários tipos de câncer de mama.
De acordo com a médica oncologista Doutora Clarissa Mathias (CRM: 10770 – BA. RQE: 5146), Presidente do Comitê Internacional da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) e da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), eles são divididos em câncer ductal e câncer lobular, podendo ser invasores ou in sito. “Existem outros tipos que são mais raros, como os tubulares, metaplásicos, sarcomas da mama, e outros, mas esses tipos são bem mais raros”, afirma a médica.
Doutora Clarissa elucida que dentre os sintomas menos comuns, o câncer de mama pode se manifestar como uma vermelhidão, um eritema na mama, um espessamento da pele e/ou dor na mama. A Femama – Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama, informa que a realização do autoexame é importante para que a mulher conheça seu corpo e possa notar qualquer alteração nas mamas, procurando rapidamente um médico para prosseguir com a investigação, caso perceba algo fora do comum.
A correta atenção com à saúde das mamas é importante para o diagnóstico precoce. A Femama indica que o autoexame sozinho não é suficiente para detectar precocemente um possível câncer de mama e, em hipótese nenhuma, substitui a realização da mamografia. O INCA certifica que o nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor é a principal manifestação da doença, estando presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher. Todo sinal e sintoma deve sempre ser investigado por um médico.
Doutora Clarissa Mathias declara que 10% dos casos do câncer de mama são relacionados a fatores genéticos/hereditários. “Obesidade, ingestão de álcool – principalmente de forma excessiva –, não realização de exercícios físicos, exposição prolongada a reposição hormonal, também são outros fatores de risco importantes”. O Instituto Nacional de Câncer apresenta que a idade é um dos mais importantes fatores de risco para a doença (cerca de quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos).
A ONG Instituto Oncoguia informa que certas mutações hereditárias podem aumentar o risco de desenvolver determinados tipos de câncer e estão associados a muitos tipos de cânceres que acometem algumas famílias. Por exemplo, os genes BRCA (BRCA1 e BRCA2) são genes supressores de tumor. Quando um desses genes sofre mutação, deixa de suprimir o crescimento anormal, propiciando o desenvolvimento do câncer. Uma mutação em um desses genes pode ser herdada de um dos pais.
Segundo o INCA, os marcadores tumorais (ou marcadores biológicos) são macromoléculas presentes no tumor, no sangue ou em outros líquidos biológicos, cujo aparecimento e ou alterações em suas concentrações estão relacionados com a gênese e o crescimento de células neoplásicas. Tais substâncias funcionam como indicadores da presença de câncer, e podem ser produzidas diretamente pelo tumor ou pelo organismo, em resposta à presença do tumor.
“Esses marcadores não devem ser utilizados para o rastreamento da doença, mas sim para o acompanhamento, principalmente da doença metastática, eles são principalmente o CA15.3 e o CEA”, informa Doutora Clarissa. Vale ressaltar que o CA 15.3 é um tipo de marcador tumoral considerado padrão ouro por ser o mais sensível e específico. Já o CEA (antígeno carcinoembrionário) é uma proteína geralmente encontrada em poucas quantidades no sangue de pessoas saudáveis, mas se torna elevada em alguns indivíduos que têm câncer.
Isso mesmo! Doutora Clarissa afirma que o diagnóstico precoce é fundamental. “O movimento do outubro rosa é extremamente importante, particularmente agora durante a pandemia, porque houve uma redução no número de mamografias, ultrassonografias, idas a médico para consultas de prevenção e rastreamento primário. Então, o nosso papel é estimular a realização desses exames, porque a detecção do câncer precocemente altera a sobrevida, altera todo o prognóstico da doença”.
Conforme informações do INCA, cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis como:
Para finalizar, Doutora Clarissa Mathias ressalta a importância do diagnóstico precoce e do cuidado com a saúde. “O câncer de mama é uma doença infelizmente comum, mas se for diagnosticada precocemente ela é curável. Cabe a nós, principalmente em relação ao outubro rosa, fazermos uma campanha grande para que possamos retornar a níveis de rastreamento do passado, antes da pandemia”.