Seria maravilhoso ter um exame para dizer quais os nutrientes meu corpo precisa, qual dieta adequada, qual estilo de vida devo ter… Mas, espera aí! Você não conhece o Painel Nutrigenético? Este exame mapeia a predisposição genética de uma pessoa, apontando tendências ou fazendo diagnósticos. Isso mesmo, o exame existe.
De acordo com Doutor Eduardo Fahel (CREMEB 7857 RQE 3720), o ramo da genética que estuda a relação entre os genes e a alimentação é chamado de Nutrigenética. “O exame realiza uma análise que torna possível fazer um planejamento personalizado nutricional, em função das necessidades individuais de cada paciente”, afirma.
O exame é indicado para pessoas que desejam adaptar a dieta em função da sua genética e conhecer suas necessidades nutricionais específicas de maneira personalizada, bem como pessoas que desejam gerenciar de forma proativa a sua saúde. Ou seja, todos podem fazer, afinal, cuidar da saúde nunca é demais.
A genética influencia no desenvolvimento do sobrepeso e em como o organismo responde a diferentes tipos de gorduras e carboidratos. A abordagem nutricional personalizada é essencial e necessária para uma dieta ideal, considerada uma maneira de consumir alimentos que podem ajudar a alcançar um melhor funcionamento do organismo, bem como uma vida longa e saudável. Se você apresenta algum problema de saúde grave, não é recomendado fazer nenhum tipo de alteração nutricional antes de consultar o seu médico.
De acordo com Dr. Fahel, os carboidratos são o primeiro grupo de macronutrientes e são considerados os mais importantes na nossa dieta, independentemente do tipo. “Eles são divididos em simples e complexos de acordo com a estrutura química. Os simples estão presentes nas frutas e a principal característica é que são digeridos muito rápido. Os complexos são formados a partir de cadeias mais longas e devem ser decompostos durante a digestão para serem utilizados pelo nosso organismo. Por causa desta qualidade, representam uma fonte de energia de longo prazo”.
Mesmo que você não realize de forma frequente check-up, com certeza já ouviu falar em Colesterol HDL (aquele considerado bom), o LDL (considerado o ruim), Triglicerídeos (reserva de energia do corpo humano) e em Açúcar no Sangue (glicose). Uma irregularidade de qualquer destes componentes citados pode causar diversas complicações como pressão arterial elevada, obesidade, diabetes e outros.
Os níveis de todos eles são determinados pelos genes. “A composição genética determina o nível de colesterol HDL, por exemplo, que se for ‘alto’ é considerado favorável. Isso pode ser analisado pelo painel nutrigenético. A combinação de todos os genes analisados fornece informação confiável sobre o nível de colesterol LDL também, determinado pelos seus genes. Como este tipo é considerado o ruim, serão passadas recomendações específicas para o paciente. O mesmo ocorre com os triglicerídeos e açúcar no sangue, a análise determina sua tendência genética”, afirma o médico.
A nossa genética determina quais as vitaminas e minerais devem ser consumidos em maior ou menor quantidade e quais estão em níveis satisfatórios. Com uma boa alimentação, é possível ter uma regularidade de vitaminas e minerais tendo quase todos eles à mesa. “Os níveis de vitaminas B, vitamina D e minerais como o ferro e potássio, estão determinados pelos genes. O exame painel nutrigenético também pode descrever a sensibilidade do paciente ao sal de mesa ou sódio”, elucida Dr. Fahel.
Como a densidade óssea é determinada pelos genes? Normalmente uma densidade óssea diminuída é mais comum em idosos, mas os jovens também podem ter problemas. “Não podemos intervir em fatores como idade ou a genética, mas podemos contribuir para a saúde dos ossos com atividades físicas e dieta adequada. Mesmo com pouca idade, seu estilo de vida é importante para ajudar a manter a densidade óssea adequada ao longo da vida. Podem ser descritos genes que determinam a resistência óssea e que melhoram a compreensão dos mecanismos com os quais estes influenciam a estrutura óssea”, apresenta Dr. Fahel.
É importante fazer uma reflexão sobre nossos hábitos alimentares. Pular refeições, comer muitos doces, exagerar no jantar, tudo isso influencia em nossa vida. O ambiente também é um fator que pode nos impedir de ter bons hábitos. Na realidade, a nossa genética também influencia em nossas refeições. Doutor Fahel informa que pesquisadores descobriram que a partir da genética de um indivíduo, se pode prever a sua tendência para comer doces.
“O gene ADRA2A é responsável por esta característica. Este gene está envolvido na transferência de mensagens para o cérebro, onde se processa e interpreta corretamente a informação do ambiente. Foi analisado que as pessoas participantes do estudo, que possuem o gene variante ADRA2A desfavorável, são mais propensas a comer doce do que aquelas que não têm esta variante”, explica o médico.
Doutor Eduardo Fahel esclarece que o exame painel nutrigenético, entre seus diversos benefícios, pode encontrar resposta ao metabolismo do álcool, da cafeína e da lactose, segundo a composição genética do paciente. Exemplificando à lactose, o médico elucida que pessoas intolerantes não apresentam a enzima lactase que é responsável pela decomposição da lactose, o açúcar do leite, e por esta razão, precisam limitar-se ao consumo.
“Certas pessoas apresentam atividade reduzida ou ausência de lactase, o que provoca alterações no gene MCM6, que, embora não esteja relacionado com o metabolismo da lactose, regula a atividade do gene LCT que codifica a enzima lactase. O painel nutrigenético pode indicar se seu genótipo apresenta a enzima lactase, caso seja suficiente, é pouco provável que você seja intolerante”, comunica o médico.
Todos sabem que para ter uma boa qualidade de vida, uma boa alimentação e atividades físicas são importantes para o corpo e mente. De acordo com o médio Eduardo Fahel, a mudança dos hábitos de vida pode impedir que diversas doenças se manifestem, “silenciando” o gene desta.
“Toda essa avaliação feita pode ajudar o seu médico a entender como está a sua microbiota, alimentos que causam intolerância, análise dos ossos, análise de vitaminas e minerais que são necessárias, e outros. Também identifica qual o tipo de exercício mais adequado para a pessoa, qual a melhor dieta, e outros fatores. A inclusão dos nutrientes certos para uma dieta equilibrada, reforça as defesas do corpo contra infecções como a Covid-19. Isso não impede a contaminação pelo SARS-CoV-2, mas o paciente se ‘fortalece’ para enfrentar todas as alterações danosas que o vírus pode promover”, finaliza Dr. Fahel.
*Essas informações não substituem uma consulta médica. Para mais informações, consulte o seu médico.