De acordo com a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, a dor lombar, também conhecida como lombalgia, ocorre na parte inferior da coluna vertebral e está entre as dores mais comuns entre homens e mulheres nas diferentes fases da vida.
Em entrevista com Dr. Rogério Vargas (CRM 27725), médico cirurgião e membro da Sociedade Brasileira de Coluna, dentre os principais fatores de risco para a doença estão o sedentarismo; tabagismo; idade; obesidade; ansiedade; depressão; insatisfação laboral e trabalhos físicos pesados – movimentos repetitivos de flexão, rotação e levantamento de peso.
O médico também ressalta que qualquer tipo de estresse ou algum fator que leve a ansiedade ou depressão, pode desencadear a lombalgia. “Os fatores psicossociais podem ser desde o estresse gerado pela desmotivação no trabalho até a depressão”, informa Dr. Rogério.
O que pode causar a dor lombar?
Existem inúmeras causas diferentes para a dor. O especialista esclarece que podem ser de etiologia: Mecânicas; Degenerativas; Inflamatórias; Neoplásicas; Metabólicas; Infecciosas; Viscerais; Musculoesqueléticas e Psíquicas. “A mecânica, por exemplo, é quando o paciente por algum motivo tem uma malformação da vertebra ou quando ela tem uma deformidade adquirida como escoliose, o escorregamento de uma vertebra sobre a outra, ou sofreu algum trauma ou uma distensão da musculatura”, elucida Dr. Rogério.
Qual a diferença entre dor lombar aguda, subaguda e crônica?
A dor lombar é frequentemente classificada e tratada com base na duração dos sintomas:
Aguda (< 4 semanas)
Subaguda (4-12 semanas)
Crônica (> 3-6 meses)
Para identificar o desconforto na lombar, o médico sinaliza: “A dor fica localizada na região inferior da coluna vertebral, logo acima dos glúteos, associado de um bom exame físico do paciente para identificar a sua causa”. Além disso, existe diferença entre lombalgia e lombociatalgia. “Uma é dor em região lombar, e a outra é dor em região lombar e no trajeto do nervo ciático, respectivamente”.
Exames de Imagem fundamentais para o diagnóstico
O Diretor Técnico da Divisão de Imagem do Labchecap, Dr. Lucas da Gama Lobo (CRM 16202) informa em entrevista, quais os exames de imagem e suas especificações para o diagnóstico de dor lombar. “A radiografia da coluna lombar é geralmente o primeiro exame a ser solicitado, sendo capaz de detectar fraturas e outras alterações ósseas relacionadas com o envelhecimento, chamadas de espondilodiscoartrose. A tomografia computadorizada possui maior detalhe que a radiografia sendo importante na avaliação das fraturas, desvios da coluna e na detecção de complicações pós-operatórias. Assim como a radiografia tem limitações na avaliação de hérnias e de outras alterações de partes moles.
A ressonância magnética é um método que não utiliza a radiação ionizante, sendo na maioria das vezes o exame de escolha pela sua capacidade de avaliação das alterações de partes moles como por exemplo; hérnias e ósseas. Indivíduos portadores de marcapasso devem consultar o seu cardiologista antes de realizar o exame de ressonância magnética, visto que o campo magnético pode interferir no funcionamento do marcapasso”.
Tratamento para dor lombar
Dr. Rogério Vargas recomenda repouso de 2 a 3 dias, medicamentos (anti-inflamatórios, analgésicos, antidepressivos), reabilitação e em alguns casos, cirurgia. “A qualquer indício dos sintomas, o ideal é que o paciente procure um médico para investigar a causa e recomendar o tratamento adequado”, informa.
O médico finaliza com dados importantes “Dor lombar é a primeira causa de incapacidade para o trabalho em pessoas com menos de 45 anos, segundo motivo mais frequente de consulta médica. 85% das pessoas terão lombalgia em alguma fase da vida, alguns sinais de alerta são: dor noturna; febre; emagrecimento; história de doença neoplásica; perda injustificável do peso”, finaliza.