“Avaliação cardíaca anual, mudança dos hábitos de vida e controle dos fatores de risco reduz o risco de morte precoce por doença cardiovascular”, informa o médico cardiologista Dr. Wladmyr C. Machado (CRM 9907), em entrevista ao Labchecap, para o Dia Mundial do Coração. A orientação tem como base o alto índice de morte no planeta, sendo a doença cardiovascular a número um.
De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, as doenças cardiovasculares representam as principais causas de mortes. Cerca de 300 mil indivíduos por ano sofrem Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), ocorrendo óbito em 30% desses casos. Estima-se que até 2040 haverá aumento de até 250% desses eventos no país. A Organização Mundial da Saúde (OMS) explica que as doenças cardiovasculares são um grupo de doenças do coração e dos vasos sanguíneos e incluem:
- Doença coronariana – doença dos vasos sanguíneos que irrigam o músculo cardíaco;
- Doença cerebrovascular – doença dos vasos sanguíneos que irrigam o cérebro;
- Doença arterial periférica – doença dos vasos sanguíneos que irrigam os membros superiores e inferiores;
- Doença cardíaca reumática – danos no músculo do coração e válvulas cardíacas devido à febre reumática, causada por bactérias estreptocócicas;
- Cardiopatia congênita – malformações na estrutura do coração existentes desde o momento do nascimento;
- Trombose venosa profunda e embolia pulmonar – coágulos sanguíneos nas veias das pernas, que podem se desalojar e se mover para o coração e pulmões.
Fatores de Risco em tempos de Pandemia
O Ministério da Saúde alerta que durante a pandemia do novo coronavírus, os pacientes com DCV (doença cardiovascular) enfrentam uma ameaça dupla, pois correm mais risco de desenvolver formas graves da doença, mas também por medo de buscar cuidados contínuos para o coração. Dr. Wladmyr Carvalho listou nove fatores de risco, são eles: Sedentarismo; Obesidade; Hipertensão Arterial Sistêmica; Estresse; Colesterol Alto; Diabetes; Tabagismo; Histórico Familiar e Uso de Drogas Ilícitas.
“A falta de uma atividade física na rotina é um fator de risco que pode ser modificado. Trinta minutos de caminhada pelo menos três vezes na semana, após consulta com cardiologista. Outro ponto importante, é o controle necessário que todo indivíduo deve ter com sua pressão arterial”, informa o cardiologista. O médico ainda elucida que o uso do tabaco é responsável por 20% das mortes por doenças cardíacas. Já o fator hereditário, é o único que não pode ser modificado.
Exames para diagnóstico de doença cardiovascular
Doutor Wladmyr aponta que o exame de ecocardiografia com doppler é um dos exames mais importantes para a prevenção e diagnóstico de doença do coração. “É um procedimento seguro, sem contra indicação, podendo ser realizado em idosos, gestantes, adultos e crianças”. Outros exames para diagnóstico são: Uréia; Glicameia; Sódio; Potássio; Creatinina; Colesterol Total e Frações; Trigliceridas; Hemograma; TSH; T4L; Eletrocardiograma; Teste Ergométrico; Ecocardiograma com doppler; Cintilografia Miocárdica; Angiotomografia; RM Cardíaca e Cineangiocoronariografia. “A tomografia coronariana é um exame muito importante, utilizado para detectar o estreitamento das artérias, não sendo invasivo e durando poucos minutos”, explica o cardiologista.
As doenças cardíacas mais comuns segundo o médico são a hipertensão arterial sistêmica, doença coronária, insuficiência cardíaca e arritmia cardíaca. “A OMS informa que o mundo tem mais de 700 milhões de pessoas com hipertensão não tratada. A doença coronária ou isquêmica do coração – angina ou infarto – é caracterizada pelo endurecimento e estreitamente das artérias que levam o oxigênio e nutrientes ao coração. Já a insuficiência cardíaca, o coração não consegue bombear o sangue rico em oxigênio de maneira suficiente para o organismo. A arritmia consiste em sensação de batimentos acelerados”.
Palavra do Especialista
“O Dia Mundial do Coração, 29 de setembro, foi criado há 21 anos. A data é importante para conscientizar indivíduos, famílias, comunidades e governos a respeito das doenças cardíacas, que matam 17,5 milhões de pessoas todo ano, no mundo. O dia visa incentivar a mudança no estilo de vida, com hábitos mais saudáveis de exercício, alimentação e avaliação cardíaca anual”, finaliza Dr. Wladmyr C. Machado.